SÃO PAULO (Reuters) - A poucos dias de anunciar sua pré-candidatura à Presidência, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), classificou o movimento grevista de professores paulistas como "marketing para a imprensa noticiar", e voltou a defender os Estados produtores de petróleo na polêmica da redistribuição dos royalties.
Para Serra, a emenda aprovada na Câmara tem o "pecado mortal" de enxugar as receitas de Rio de Janeiro e Espírito Santo.
"Você não pode querer resolver um problema, que é beneficiar todo o país com a produção de petróleo e simplesmente fechar as portas de dois Estados e muitos municípios", disse Serra a jornalistas durante evento em São Paulo.
Pela emenda Ibsen/Souto, os royalties do petróleo seriam distribuídos igualitariamente para todos os Estados e municípios do país, e não somente para aqueles onde estão localizadas as operações de produção.
"São 7 bilhões de reais só para o Rio de Janeiro. De repente, de um dia para o outro, terminou isso. Você não pode fazer isso", afirmou. "O projeto da Câmara tem esse pecado mortal."
Na véspera, o governador paulista já havia dito que a emenda é "inaceitável."
Sobre a greve dos professores, perguntado por jornalistas se considerava o movimento eleitoreiro, Serra respondeu simplesmente: "Vocês são suficientemente inteligentes e observadores para tirar suas próprias conclusões."
CRÍTICA AO CÂMBIO
O tucano, que deve anunciar sua pré-candidatura à Presidência nos próximos dias, aproveitou o lançamento da empresa para promoção do turismo no Estado para criticar a política cambial do governo que, segundo ele, é culpada pela "estagnação" do setor turístico brasileiro.
"A política cambial mega, hiper valorizada torna o turismo no Brasil caro, muito caro. E torna o turismo do brasileiro no exterior barato, muito barato", discursou.
Ele lembrou que o Brasil tem um déficit de 5,5 bilhões de dólares em gastos de turistas.
"O número de turistas estrangeiros no Brasil é o mesmo do início da década", disse a jornalistas. "O turismo no Brasil é uma atividade estagnada... é um problema de diversas naturezas, inclusive cambial."
Apesar da crítica, Serra evitou usar o tema como tema para debate eleitoral. "Se vocês quiserem discussão eleitoral, a gente faz outra hora".
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