sábado, 13 de março de 2010

PPS suspende campanha por chapa Serra-Aécio


Presidente do partido diz que movimento foi suspenso.
Para Freire, não há espaço para o DEM no posto de vice de Serra

"O momento de Aécio passou", afirmou na sexta-feira (12), em São Paulo, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, ao anunciar que o Movimento Serra-Aécio, lançado no dia 5 pelo partido, foi suspenso por tempo indeterminado. De acordo com Freire, começou a ficar "mais negativo do que positivo" insistir na candidatura do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), a vice-presidente numa eventual chapa "puro-sangue" encabeçada pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB).


O ex-deputado falou antes de participar do debate "Combate à corrupção e transparência na gestão pública", realizado pela Faculdade Cantareira e pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), ligada ao PPS, numa aula magna para alunos do curso de administração. "O que importa agora é preparar o caminho para o início da pré-campanha. Em relação ao candidato a vice-presidente, temos ainda perto de 90 dias para resolver", afirmou Freire. O PPS apoia o nome de Serra para a sucessão ao Palácio do Planalto. Segundo o presidente nacional do PPS, um outro momento para uma eventual definição da candidatura de Aécio a vice terá de ser criado. "E quem tem de criar é ele (Aécio)", disse.


O Movimento Serra-Aécio, fundado em parceria entre Freire, o poeta Ferreira Gullar e o cineasta Zelito Viana, entregaria um manifesto ao governador de Minas Gerais defendendo a dobradinha tucana. "Eu acho que não temos mais de fazer coisa alguma. Pode até ser negativo porque Serra não precisa de um vice específico, precisa é de um bom vice, e vice é uma coisa boa quando não tira voto", disse Freire. Segundo ele, a presença de Aécio é importante, mas não fundamental. "Fundamental é a força da candidatura Serra", declarou.


Na entrevista à Agência Estado , o presidente nacional do partido revelou também que será candidato a deputado por São Paulo, e não por Pernambuco. Para Freire, quem quiser ser "forte" no País tem de ser "forte" em São Paulo. "Mas já tínhamos decidido também que o partido tinha de ter um reforço aqui (em São Paulo). Não é que o partido necessitasse disso, mas São Paulo é fundamental", esclareceu. Além disso, o presidente do PPS explicou que hoje tem uma ligação maior com o Estado. Freire mora na capital paulista e tem uma enteada que estuda na cidade.


Sem espaço

Para Freire, não há espaço para o DEM num posto de vice de Serra. Embora o DEM tenha tomado atitudes consideradas por ele como "radicais" - em relação ao escândalo de corrupção envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), como a abertura de processo interno para expulsá-lo da sigla, - o presidente do PPS acha que a eventual aliança precisa ter uma proposta de governo com "uma perspectiva de superação". "Mas não é uma ruptura", julgou.


"Não seria ideal o DEM estar nessa proposta. O DEM tem uma relação muito estreita com o Brasil agropecuário, que é importantíssima, mas o projeto brasileiro não é mantermos o Brasil campeão das exportações agropecuárias e ter uma das agriculturas mais desenvolvidas do mundo. O Brasil precisa ter um projeto nacional de desenvolvimento, tendo como característica uma política industrial. Talvez um componente mais vinculado a esse setor seja o ideal para o Serra", prosseguiu.

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