quinta-feira, 18 de março de 2010

Saldo negativo diminui 85% no RN

O Rio Grande do Norte registrou um saldo negativo de empregos formais (diferença entre admissões e demissões) no mês de fevereiro. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o estado demitiu 780 pessoas a mais que contratou. Apesar de o resultado ter sido negativo, o total deste mês pode ser considerado satisfatório se comparado com fevereiro do ano passado, quando haviam sido demitidos 5.389 empregados com carteira assinada a mais do que admitidos. Isso significa que o saldo negativo de empregos no estado, caiu 85% em fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo mês de 2009. Além disso, o saldo foi o melhor para um mês de fevereiro desde 2004, quando havia sido registrado um total de 551 demissões a mais do que contratações. Considerando o resultado de janeiro de 2010, a queda do saldo em fevereiro foi de 440%.

Alex RégisAgricultura foi o setor que mais demitiu em fevereiro, mas deve retomar contratos no segundo semestreAgricultura foi o setor que mais demitiu em fevereiro, mas deve retomar contratos no segundo semestre
Entre os setores pesquisados, a maior queda ocorreu na agropecuária, que demitiu 1.870 trabalhadores em fevereiro, além do que contratou. No mesmo período, o setor que realizou mais contratações com carteira assinada foi o comércio, com saldo de 628, seguido dos construção civil, com 357 e serviços, com 88.

Para o economista Aldemir Freire, o total de demissões em fevereiro surpreendeu por ter ficado abaixo do esperado e do que costuma ser registrado no segundo mês do ano, pelo Caged. De acordo com ele, janeiro e fevereiro são meses em que tradicionalmente há muitas demissões e o resultado é um indicativo de que este deve ser um ano bem melhor do que 2009, no que diz respeito à geração de empregos.

Com relação à agropecuária ter liderado a quantidade de demissões em fevereiro, o economista afirma que este é um movimento natural do setor, concentrando demissões no início do ano e devendo retomar as contratações no segundo semestre do ano. “Em julho ou agosto, começam a admitir com mais força, por causa de safras, como de cana de açúcar e melão”, diz Freire.

O economista acredita que a partir de abril os números do Caged voltarão a ser positivos no Rio Grande do Norte, com os setores da construção civil, comércio e serviços puxando as contratações, já a partir de março.

O saldo de empregos com carteira assinada em território norte-riograndense só registrou resultado positivo em fevereiro, quando foram considerados os últimos doze meses. No período, houve 2.563 contratações a mais do que o número de demissões, em todo o estado.

Bimestre

Nos dois primeiros meses do ano, a quantidade de demissões também superou a de contratações, com o fechamento de 603 postos de trabalho a mais do que os criados. Entretanto, se for considerado o primeiro bimestre de 2009, quando havia sido registrado um total de 8.366 demissões a mais do que contratações, o resultado do início deste ano demonstra avanço.

No primeiro bimestre deste ano, a construção civil apresentou o maior saldo, desde 2003, ao contabilizar 972 contratações a mais do que demissões. Anteriormente, o melhor resultado do setor para o bimestre tinha sido registrado em 2006, quando o saldo foi de 971 postos.

O setor de serviços gerou 1.032 postos de trabalho, no mesmo período, resultado equivalente ao dobro do registrado no primeiro bimestre do ano passado, quando o saldo havia sido de 602 empregos. No comércio, o saldo também foi positivo, com 342 contratações a mais do que deligamentos, durante o primeiro bimestre de 2010.

Perspectiva

Brasília (AE) - O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, previu que a criação de empregos formais no País deve bater novo recorde este mês. Segundo ele será o melhor resultado para meses de março na história do Caged.

Lupi disse que o último recorde foi em março de 2008, quando foi gerado o saldo líquido de 207 mil empregos com carteira assinada. Ele disse que deve reforçar as contratações este mês com a melhoria na produção de alguns setores, como de máquinas pesadas e tratores, “que voltará a vender bem”, e do próprio setor automotivo que, segundo o ministro, está com os estoques baixos, em função do estímulo nas vendas causado pela redução do IPI.

O ministro disse que em março há contratação de professores e uma aceleração da construção civil. “Os setores se preparam para começar o ano a partir de março. Todo o processo produtivo está crescendo com consistência há alguns meses”.

Fonte: Tribuna do Norte

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