terça-feira, 2 de março de 2010

Partidos negociam alianças para a disputa proporcional

Coligações majoritárias finalizando a formação e foi deflagrada as negociações para compor as chapas proporcionais. No pleito potiguar, os partidos já estão negociando as alianças para as candidaturas de deputados federal e estadual. Uma aliança que em muito difere das composições para a disputa ao Governo e Senado, quando os apoios são firmados em negociações envolvendo espaços em uma possível administração e também já cedendo “cotas” em cargos atuais.
Pablo Valadares/AESe a alteração for confirmada pelo plenário do TSE, RN terá nove deputados federaisSe a alteração for confirmada pelo plenário do TSE, RN terá nove deputados federais

Mas na chapa proporcional além das “afinidades” políticas conta muito as operações matemáticas. Com base no quociente eleitoral (calculado na divisão do número de eleitores com o número de vagas oferecidas), os partidos fazem as contas para saber quantos candidatos poderão eleger. Nesse cenário, surgem algumas peculiaridades. As grandes legendas, como o PSB, por exemplo, enfrentam dificuldades de coligar com outros partidos, já que essa é uma legenda onde os candidatos têm uma grande soma de votos.

Outros partidos começam a sinalizar com um “chapão”. O presidente do PMN, deputado Robison Faria, acredita que a composição da chapa proporcional poderá ser feita PMN, DEM e Partido Verde, caso esse último confirme o apoio a candidatura de Rosalba Ciarlini. O momento é de negociações para os líderes partidários.

Já os candidatos, seja os que buscarão a reeleição ou os que tentam uma estréia no Legislativo, estão fazendo muitos cálculos. A “ferramenta” mais usada no momento é a planilha. Com base nela, os políticos fazem um mapeamento dos municípios potiguares, as lideranças que devem buscar e quantos votos cada uma poderá garantir para a candidatura.

Aumento de vagas impulsiona negociações

Nos últimos dias as negociações dos partidos e candidatos na composição da chapa proporcional ganhou um novo cenário com a minuta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o pleito de 2010. Caso seja aprovada, o que é muito provável que ocorra, o Rio Grande do Norte passará de 24 para 27 vagas na Assembleia Legislativa. Já a bancada de deputados federais será composta por nove parlamentares.

O aumento de vagas para bancada potiguar está amparada nas regras constitucionais que coloca o número de deputados proporcional a quantidade de eleitores. O colégio potiguar possui hoje 2.182.866.

Cresce o número de deputados estaduais e federais e, com ele, também aumenta a estatística de interessados. Se confirmada a minuta do TSE as movimentações políticas ganharão novos pretendentes ao Legislativo.

PSB e PPS discutem a formação de coligações

O deputado estadual Gustavo Carvalho negou que o PSB esteja com dificuldade de compor aliança na chapa proporcional. Segundo ele, o PPS, presidido pelo deputado estadual Wober Júnior, já sinalizou com uma possível aliança. O PTB, do deputado estadual Ezequiel Ferreira, também poderá integrar a chapa.

“É todo interesse do PSB compor aliança tanto para chapa de deputado estadual como de deputado federal. O ideal é a composição”, afirma Gustavo Carvalho.

Na chapa para deputado estadual o PSB têm como confirmados os candidatos a reeleição Larissa Rosado, Márcia Maia e o próprio Gustavo Carvalho. Também estarão na disputa o atual presidente da Empresa Potiguar de Turismo, Cláudio Porpino, o advogado Lauro Maia, filho da governadora Wilma de Faria, e o ex-prefeito da cidade de Santa Cruz, Luiz Antônio Lourenço, conhecido como Tomba.

A chapa para deputado federal tem dois estreantes confirmados: o secretário chefe do Gabinete Civil, Vagner Araújo, e a vereadora Júlia Arruda. Desde a desfiliação por justa causa do deputado federal Rogério Marinho, que deixou o PSB para assinar a ficha do PSDB, o partido ficou sem representação potiguar no Congresso Nacional.

O nome de Vagner Araújo, que se lança com total apoio da governadora Wilma de Faria, desponta como o principal candidato peesssebista para conquistar um mandato de federal.

PDT e PC do B

Presidente estadual do PDT e candidato ao Governo, Carlos Eduardo confirmou que o partido está muito próximo de compor aliança na majoritária e proporcional com o PC do B. “Estamos conversando em estágio avançado com o PC do B. Esse é o partido que está mais próximo de uma aliança tanto em nível de eleição majoritária como na proporcional”, afirma.

Além do PC do B, ele citou também o PRB e o PSDC como legendas que estão sendo negociadas para integrarem a aliança com o PDT. “Faltam quatro meses para as convenções, onde efetivamente se dará a formalização das alianças partidárias. Esperamos que nos próximos quatro meses novos partidos venham a somar conosco”, comenta Carlos Eduardo, ressaltando que o limite do PDT é fazer aliança apenas com os partidos da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre os candidatos a deputado estadual que serão lançados pelo PDT estão o jornalista Agnelo Alves e a vereadora natalense Sargento Regina. O PC do B, presidido por Antenor Roberto, terá como um dos candidatos o ex-prefeito de Caicó, Roberto Germano.

PR vai reunir pré-candidatos para discutir composição

Entre os partidos que já deflagraram as primeiras conversas para a composição da chapa proporcional está o PR, presidido pelo deputado federal João Maia. Nessa segunda-feira acontecerá a reunião da legenda. O deputado federal não adianta as preferências de coligação na proporcional, mas indica que é provável compor com partidos que estejam aliados na majoritária. “Nós vamos analisar, porque fazer coligação é uma coisa que depende de dois. É que nem casamento, não basta você querer, o outro tem que querer também. Nós vamos analisar que melhor coligação seria para o partido e é um negócio que tem que interessar ao outro partido também, e vamos analisar se é melhor sairmos com chapa própria”, diz o deputado João Maia, em entrevista a Rádio Caicó AM.

PV defende chapão

O deputado estadual Luiz Almir, que será candidato a reeleição pelo PV, disse que a legenda ainda não definiu a coligação para proporcional, mas defende uma “grande chapa”. “Não houve nenhuma reunião para discutir o assunto. Mas o partido vai ter que formar uma coligação grande, boa, temos que oferecer grandes opções para as pessoas”, destaca.

O partido da prefeita de Natal Micarla de Sousa lançará como candidatos a estadual, além dos atuais mandatários Luiz Almir e Gilson Moura, o marido da gestora, jornalista Miguel Weber. Para deputado federal estará na disputa o vereador Paulo Wagner.

Presidente do PMN destaca coligação

O presidente estadual do PMN, deputado Robinson Faria, afirma que a tendência do partido é firmar coligação na chapa proporcional com o DEM, do senador José Agripino Maia, e o Partido Verde, da prefeita Micarla de Sousa, caso esse confirme o apoio a candidatura de Rosalba Ciarlini. “A coligação com o DEM é a lógica”, diz o líder do PMN.

O partido de Robinson Faria terá quatro candidatos a reeleição, os deputados Antônio Jácome, Gesane Marinho, Raimundo Fernandes e Ricardo Motta, e já vive uma crise interna com estreantes. Os ex-prefeitos de Nova Cruz, Cid Arruda, e de Goianinha, Rudson Lisboa, disputam quem conseguirá viabilizar a candidatura para deputado estadual. O nome que for lançado terá a garantia de “repasse” de votos do colégio eleitoral de Robinson Faria, que é a região Agreste. O ex-presidente do DER, engenheiro Jáder Torres, também do grupo do PMN, ainda chegou a ensaiar uma candidatura a estadual, mas desistiu do pleito. Para Câmara dos Deputados, o PMN terá como principal candidato Fábio Faria, que tentará a reeleição.

Se o deputado estadual Robinson Faria mostra disposição em fazer coligação com o DEM, os parlamentares Democratas ainda não se mostram tão seguros da definição. O deputado estadual Getúlio Rego, líder do DEM na Assembleia Legislativa, afirmou que o partido ainda não fechou aliança na proporcional.

“As conversas ainda começarão. Essa será uma decisão de bancada, onde prevalecerá o interesse do partido. É preciso raciocinar de forma coletiva”, disse Getúlio Rego.

Além dele, os deputados Leonardo Nogueira e José Adécio tentarão a reeleição pelo DEM. Outro já confirmado como candidato a estadual pela legenda é o vereador Ney Lopes Júnior.

Na bancada federal, o DEM possui como principal candidato o parlamentar Felipe Maia, que tentará a reeleição. Betinho Rosado, que era primeiro suplente da coligação e assumiu com o falecimento do deputado federal Nélio Dias (PP), também tentará conquistar um mandato de titular na Câmara dos Deputados.

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