quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O PMDB de Garibaldi e o de Henrique

A "quebra de braço" entre os dois maiores líderes do PMDB do Rio Grande do Norte, o deputado federal Henrique Eduardo Alves e senador Garibaldi Alves Filho, levou o partido a optar por não se coligar, majoritariamente, com nenhum dos candidatos ao governo do estado. Em função disso, a legenda deixa de utilizar o espaço na propaganda eleitoral gratuita em televisão e rádio, mais precisamente oito minutos. Em anos anteriores, os dois parlamentares já haviam chegado às vésperas de eleições com opiniões diferentes, mas, no fim das contas, conseguiam chegar a um acordo. Pela primeira vez, no entanto, os dois já admitem que vão chegar ao pleito desalinhados.


Henrique é governo, Garibaldi é oposição: divergência tornou-se incontornável na escolha de candidato Foto: Fábio Cortez//DN/D.A Press
Em entrevista ao Diário de Natal, o senador Garibaldi disse que, no momento, o cenário continua de divisão e considerou pouco provável um entendimento político com o deputado Henrique até a data das eleições. "Ele (Henrique) disse que fará a pregação do meu nome para o Senado e do vice-governador Iberê Ferreira deSouza (PSB) para governo do estado. Mas sobre a gente se recompor - aliás, não é essa a palavra pois nós não estamos rompidos -, o quadro é esse, infelizmente", disse. O deputado Henrique confirmou que a divisão política permanece, mas parece menos radical e irredutível como antes, no que diz respeito à possibilidade de uma composição do PMDB com o DEM no RN. "Eu respeito a posição de Gaibaldi, mas não posso apoiar um candidato que faz oposição ao governo Lula. Nada de pessoal. Reconheço a afinidade dele com a senadora Rosalba Ciarlini (DEM) e não iria forçá-lo a fazer uma coligação com Iberê. Mas ele está apoiando um grupo que faz uma oposição radical ao governo federal e eu não posso subir nesse palanque onde estarão combatendo o trabalho do presidente", disse.

Os dois peemedebistas concordam, porém, sobre a possibilidade de estarem no mesmo palanque em alguns momentos da campanha. O senador disse que é provável que isso aconteça em alguns municípios e o deputado Henrique confirmou a hipótese. "Não fazemoscampanha separados, aliás nem sei como é fazer isso. Minha relação com Garibaldi é de muito respeito. Não há conflito. Minha prioridade é a eleição dele para o Senado. Apenas discordamos nas eleições para governador", garantiu, referindo-se ao principal cargo em jogo neste ano. No que se refere ao segundo voto para senador, Garibaldi e Henrique voltam a ter opiniões contrárias. "Naturalmente serei levado a recomendar o nome de José Agripino (DEM) para o segundo voto do Senado. Claro que estando num palanque com ele e Rosalba eu não poderia pedir que votassem num outro nome", disse o senador. Já Henrique defenderá o nome da governadora Wilma de Faria (PSB) para a vaga.

Sobre o posicionamento dos diretórios municipais, Garibaldi disse que ainda não foi feito nenhum levantamento sobre como se comportarão diante da divisão do partido. Já Henrique disse que vai tentar atrair os prefeitos do interior para a base do governo de Lula. "Vou vender meu peixe", declarou o deputado. No que se refere ao apoio dos peemedebistas na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa, Gabribaldi disse saber de algumas opiniões, mas em função do partido não ter candidatura própria, eles poderão optar pelo candidato que quiserem.

Fonte: Diario de Natal

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