Quando se pergunta a um agricultor do Vale do Açu o que ele espera para o período de chuvas em 2010, a resposta vem sem pestanejar: esperamos pela vontade de Deus. Se por um lado a resposta demonstra a sólida religiosidade do povo potiguar, as palavras também deixam entrever uma realidade preocupante: a atuação do poder público no sentido de prevenir as cheias que preencheram a região de água e prejuízo nos últimos dois anos não convenceu os habitantes e representantes dos municípios.
O cenário é a cidade de Ipanguaçu, encravada no coração do Vale. Ipanguaçu significa, no tupi guarani, “ilha grande”. E foi exatamente isso que a cidade virou nos anos de 2008 e 2009: uma grande ilha. Helicópteros eram necessários para levar comida para moradores de várias comunidades do município. Em Ipanguaçu, o “problema” é a cheia do rio Pataxó, que não conseguiu absorver e dar vazão ao grande volume de água da chuva. Desde o ano passado, discute-se uma solução para a cheia no Pataxó – até estudo de viabilidade foi encomendado – mas até agora a única providência tomada foi uma limpeza no leito do rio, que está parada há cerca de três semanas e, segundo representantes da Defesa Civil de Ipanguaçu, é uma solução paliativa que não dá conta do problema como um todo.
O que há de mais preocupante com o leito do rio Pataxó é o assoreamento. Segundo o presidente da Comissão de Defesa Civil de Ipanguaçu, Ivan Fonseca, a limpeza será de grande ajuda, mas ainda não o suficiente. “O rio estava todo obstruído e estamos retirando o mato, as árvores. Dessa forma, o rio fluirá melhor e aliviará um pouco a situação”, diz Ivan Fonseca. No caso, com o rio obstruído, a água acabava “espalhando para os lados”, invadindo plantações e a própria cidade. Como o rio está assoreado em muitos pontos, um estudo preliminar aponta para a dragagem, com a expansão da largura para 30 metros e da profundida para 1,5 metro, em média, e a construção de um dique de barro. “E só, só resta esperar por Deus mesmo”, afirma Genilo dos Santos, um dos membros da Comissão de Defesa Civil. A previsão para o fim da limpeza é o início de fevereiro. Faltam apenas 7 km do total de 20 km envolvidos na obra. Um estudo mais detalhado sobre o Pataxó será finalizado ainda este mês. O estudo custou R$ 1,62 milhão. As informações foram repassadas pela assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
Da mesma forma, a construção da barragem de Oiticica, que promete resolver o problema da cheia no rio Açu-Piranhas, ainda será licitada. A construção da barragem se arrasta desde 2004, quando a bancada potiguar no Senado apresentou um projeto de emenda coletiva. De acordo com a assessoria de imprensa do vice-governador Iberê Ferreira, a barragem será licitada nos próximos meses.
A limpeza do leito do rio Pataxó e a barragem são as únicas providências iniciadas, embora nenhuma esteja pronta. Em resumo, não se pode contar com elas para o inverno que se anuncia breve.
As incertezas quanto ao período marcam de forma expressiva o semblante dos maiores afetados pelas cheias. O agricultor Antonio Gomes, de 40 anos, da comunidade de Sacramentin, em Ipanguaçu, perdeu plantação de mamão e banana, assim como seu pai e irmãos. A frente da casa do agricultor virou uma hidrovia e para ir para a cidade, só de canoa. Todos tiveram prejuízo e contam ainda não ter sido ressarcidos pelo governo do estado, como foi prometido em meados de 2009. “Eles deram o nome, fizeram cadastro e até agora nada. O povo do governo vem aqui, mas ninguém acredita mais que alguma coisa vá ser feita. Eles vêm prometendo faz muito tempo. A gente só tem que rezar para que o inverno não seja tão forte”, lamenta Antonio.
O cenário é a cidade de Ipanguaçu, encravada no coração do Vale. Ipanguaçu significa, no tupi guarani, “ilha grande”. E foi exatamente isso que a cidade virou nos anos de 2008 e 2009: uma grande ilha. Helicópteros eram necessários para levar comida para moradores de várias comunidades do município. Em Ipanguaçu, o “problema” é a cheia do rio Pataxó, que não conseguiu absorver e dar vazão ao grande volume de água da chuva. Desde o ano passado, discute-se uma solução para a cheia no Pataxó – até estudo de viabilidade foi encomendado – mas até agora a única providência tomada foi uma limpeza no leito do rio, que está parada há cerca de três semanas e, segundo representantes da Defesa Civil de Ipanguaçu, é uma solução paliativa que não dá conta do problema como um todo.
O que há de mais preocupante com o leito do rio Pataxó é o assoreamento. Segundo o presidente da Comissão de Defesa Civil de Ipanguaçu, Ivan Fonseca, a limpeza será de grande ajuda, mas ainda não o suficiente. “O rio estava todo obstruído e estamos retirando o mato, as árvores. Dessa forma, o rio fluirá melhor e aliviará um pouco a situação”, diz Ivan Fonseca. No caso, com o rio obstruído, a água acabava “espalhando para os lados”, invadindo plantações e a própria cidade. Como o rio está assoreado em muitos pontos, um estudo preliminar aponta para a dragagem, com a expansão da largura para 30 metros e da profundida para 1,5 metro, em média, e a construção de um dique de barro. “E só, só resta esperar por Deus mesmo”, afirma Genilo dos Santos, um dos membros da Comissão de Defesa Civil. A previsão para o fim da limpeza é o início de fevereiro. Faltam apenas 7 km do total de 20 km envolvidos na obra. Um estudo mais detalhado sobre o Pataxó será finalizado ainda este mês. O estudo custou R$ 1,62 milhão. As informações foram repassadas pela assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
Da mesma forma, a construção da barragem de Oiticica, que promete resolver o problema da cheia no rio Açu-Piranhas, ainda será licitada. A construção da barragem se arrasta desde 2004, quando a bancada potiguar no Senado apresentou um projeto de emenda coletiva. De acordo com a assessoria de imprensa do vice-governador Iberê Ferreira, a barragem será licitada nos próximos meses.
A limpeza do leito do rio Pataxó e a barragem são as únicas providências iniciadas, embora nenhuma esteja pronta. Em resumo, não se pode contar com elas para o inverno que se anuncia breve.
As incertezas quanto ao período marcam de forma expressiva o semblante dos maiores afetados pelas cheias. O agricultor Antonio Gomes, de 40 anos, da comunidade de Sacramentin, em Ipanguaçu, perdeu plantação de mamão e banana, assim como seu pai e irmãos. A frente da casa do agricultor virou uma hidrovia e para ir para a cidade, só de canoa. Todos tiveram prejuízo e contam ainda não ter sido ressarcidos pelo governo do estado, como foi prometido em meados de 2009. “Eles deram o nome, fizeram cadastro e até agora nada. O povo do governo vem aqui, mas ninguém acredita mais que alguma coisa vá ser feita. Eles vêm prometendo faz muito tempo. A gente só tem que rezar para que o inverno não seja tão forte”, lamenta Antonio.
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