Rio de Janeiro (AE) – Para ganhar R$ 1 milhão na final do Big
Brother Brasil 5, o baiano Jean Wyllys expôs sua vida na TV por três
meses e conquistou o apoio de 55% dos telespectadores do programa. Na
disputa por uma vaga no Congresso, o tímido professor universitário
evitou fazer corpo a corpo nas ruas nos três meses de campanha, mas foi
eleito deputado federal pelo PSOL com apenas 0,16% dos votos do Estado
do Rio.
Em 2011, Jean chegará à Câmara como o parlamentar que conseguiu se
eleger com o menor porcentual de votos do País – mas garante que os
números não diminuem os méritos de sua candidatura. Apesar de ter
ficado famoso no reality show, o nome do programa sequer foi citado por
Jean em panfletos e nos breves sete segundos a que tinha direito na
propaganda eleitoral de seu partido.
“Eu fiz uma opção que tornou a minha campanha muito difícil, mas
quis deixar claro desde o início que a candidatura era do cidadão e não
da celebridade”, afirma. “Diziam que eu era burro, que eu deveria
explorar isso para aumentar o meu potencial de votos, mas eu me recusei
a fazer isso. Me recusei até a fazer a barba”, conta o professor, que
não usava barba quando venceu o reality show.
Com 13 mil votos, Jean foi o segundo candidato a deputado federal
mais votado do PSOL fluminense, o que lhe garantiu a vaga na Câmara. A
legenda conseguiu duas vagas pelo Estado graças à votação expressiva do
deputado Chico Alencar, reeleito com 240 mil dos 320 mil votos que o
partido recebeu no Rio.
“Não estou indo na carona de ninguém. Eu contei com os votos do
Chico, com os meus votos e com os votos dos meus companheiros de
partido. Eu batalhei muito para ser o segundo candidato mais votado do
PSOL”, diz Jean. “Se a legislação determina que o mandato é do partido,
nada mais justo que a vaga vá para o segundo mais votado da legenda.”
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