O quarto todo arrumado. A cama com uma colcha vermelha, três almofadas enfileiradas. Em cima da cômoda, um vidro de perfume, o desodorante, a televisão, ao lado uma sandália pequenina de uma criança. O ambiente estava pronto, como se a dona do quarto fosse chegar em casa para dormir. Mas, a noite de ontem foi diferente na casa da vendedora de roupas Marcileide Enedino da Silva, 34. Ela foi sepultada na manhã de ontem, no cemitério Bom Pastor I, na zona Oeste da capital, após ter sido esfaqueada dentro de uma casa, na comunidade de Arenã em São José de Mipibu, na segunda-feira (5) ao tentar apaziguar uma confusão entre um casal.
A vendedora foi socorrida para o Hospital Walfredo Gurgel onde permaneceu em coma profundo até falecer na terça-feira (13). Ela era mãe de Marília Silva Gomes que foi raptada quando tinha dois anos, em dezembro de 2001. O caso ficou conhecido como o rapto do Planalto onde cinco crianças foram raptadas entre os anos de 1998 e 2001 no bairro Planalto, na zona Oeste da cidade.
Até hoje, a polícia não solucionou o desaparecimento dos menores.
O sepultamento de Marcileide, marcado para às 9 horas atrasou. Marcileide foi enterrada somente às 10 horas sob forte comoção. A mulher que passou uma vida chorando pelo desaparecimento da filha, em busca de uma resposta, morreu sem saber o que de fato ocorreu com a menininha.
Terezinha Belarmino, amiga da vítima contou que a vendedora havia tentado reencontrar a filha de todas as formas. Incontáveis vezes foi até à delegacia, questionava os policiais que investigavam o caso e tentava por conta própria (com pouquíssimos recursos financeiros) encontrar Marília. “O delegado da época disse para Marcileide que até a virada do ano ela estaria com a filha nos braços e que a mãe podia comprar o vestidinho branco para Marília usar no Ano Novo. Se passaram nove réveillons e nada”.
Márcio Silva, irmão de Marcileide contou que a vendedora havia ido para Arenã com uma amiga e que após a discussão entre a mulher e o ex-marido, Marcileide havia dito para o homem: “Deixa ela em paz. Você não está vendo que ela (amiga) não quer mais nada com você”. Foi o suficiente para que, em seguida, a vendedora fosse esfaqueada”.
Márcio afirmou que ver a irmã assassinada é sentir uma dor terrível. “A nossa família foi marcada por tragédias. Minha irmã sempre foi honesta e morreu desta forma”.
Enquanto estava viva a vendedora teve que conviver com a dúvida, com a tristeza e, principalmente com a espera incansável por notícias de Marília, ao morrer a mulher batalhadora não teve sequer um enterro digno, apesar do esforço da família.
Marcileide foi sepultada em uma cova improvisada no cemitério público do Bom Pastor I. Como não há mais espaço físico adequado, os coveiros fizeram o buraco onde encontraram um pequeno espaço (o local deveria ser utilizado para a passagem de pedestres). Vários outros corpos já foram enterrados da mesma forma. Quem visita o cemitério ou vai a um enterro caminha pelo local sem saber que ali estão enterrados diversos corpos. É a realidade de inúmeras famílias que não têm condições de sepultar os entes queridos em um cemitério particular.
Caso de menores ficará a cargo do Conselho Tutelar da z. Oeste
Por enquanto P.S. e M.S. de 17 anos (irmão mais velho do garoto) estão sob a guarda de uma madrinha. Em novembro M.S. completa 18 anos e não irá mais necessitar de estar sob a guarda de outras pessoas. Ele poderá ser responsável pelo irmão de 14 anos.
Questionado sobre o relacionamento de ambos, o irmão mais velho disse que, por vezes, eles brigam, porém que a partir de agora será diferente. “Minha mãe dizia para a gente não brigar porque no dia que ela morresse só iria restar nós dois e é isso que está acontecendo”, lembrou o jovem de 17 anos.
P.S e M.S. vão continuar morando na mesma casa onde residiam com a mãe. Ambos afirmam que sabem cozinhar e que para pagar as despesas de casa vão vender salgados ou fazer reciclagem de lixo.
De acordo com a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Keila de Albuquerque Lopes o caso dos menores, será encaminhado para o Conselho Tutelar da zona Oeste que, em seguida, encaminha para o Centro de Referência de Assistência Social.
Ambos terão atendimento psicológico e todo o suporte necessário para superar o trauma da perda da mãe. “O que for necessário fazer para ajudar os adolescentes será feito”.
A vendedora foi socorrida para o Hospital Walfredo Gurgel onde permaneceu em coma profundo até falecer na terça-feira (13). Ela era mãe de Marília Silva Gomes que foi raptada quando tinha dois anos, em dezembro de 2001. O caso ficou conhecido como o rapto do Planalto onde cinco crianças foram raptadas entre os anos de 1998 e 2001 no bairro Planalto, na zona Oeste da cidade.
Até hoje, a polícia não solucionou o desaparecimento dos menores.
O sepultamento de Marcileide, marcado para às 9 horas atrasou. Marcileide foi enterrada somente às 10 horas sob forte comoção. A mulher que passou uma vida chorando pelo desaparecimento da filha, em busca de uma resposta, morreu sem saber o que de fato ocorreu com a menininha.
Terezinha Belarmino, amiga da vítima contou que a vendedora havia tentado reencontrar a filha de todas as formas. Incontáveis vezes foi até à delegacia, questionava os policiais que investigavam o caso e tentava por conta própria (com pouquíssimos recursos financeiros) encontrar Marília. “O delegado da época disse para Marcileide que até a virada do ano ela estaria com a filha nos braços e que a mãe podia comprar o vestidinho branco para Marília usar no Ano Novo. Se passaram nove réveillons e nada”.
Márcio Silva, irmão de Marcileide contou que a vendedora havia ido para Arenã com uma amiga e que após a discussão entre a mulher e o ex-marido, Marcileide havia dito para o homem: “Deixa ela em paz. Você não está vendo que ela (amiga) não quer mais nada com você”. Foi o suficiente para que, em seguida, a vendedora fosse esfaqueada”.
Márcio afirmou que ver a irmã assassinada é sentir uma dor terrível. “A nossa família foi marcada por tragédias. Minha irmã sempre foi honesta e morreu desta forma”.
Enquanto estava viva a vendedora teve que conviver com a dúvida, com a tristeza e, principalmente com a espera incansável por notícias de Marília, ao morrer a mulher batalhadora não teve sequer um enterro digno, apesar do esforço da família.
Marcileide foi sepultada em uma cova improvisada no cemitério público do Bom Pastor I. Como não há mais espaço físico adequado, os coveiros fizeram o buraco onde encontraram um pequeno espaço (o local deveria ser utilizado para a passagem de pedestres). Vários outros corpos já foram enterrados da mesma forma. Quem visita o cemitério ou vai a um enterro caminha pelo local sem saber que ali estão enterrados diversos corpos. É a realidade de inúmeras famílias que não têm condições de sepultar os entes queridos em um cemitério particular.
Caso de menores ficará a cargo do Conselho Tutelar da z. Oeste
Por enquanto P.S. e M.S. de 17 anos (irmão mais velho do garoto) estão sob a guarda de uma madrinha. Em novembro M.S. completa 18 anos e não irá mais necessitar de estar sob a guarda de outras pessoas. Ele poderá ser responsável pelo irmão de 14 anos.
Questionado sobre o relacionamento de ambos, o irmão mais velho disse que, por vezes, eles brigam, porém que a partir de agora será diferente. “Minha mãe dizia para a gente não brigar porque no dia que ela morresse só iria restar nós dois e é isso que está acontecendo”, lembrou o jovem de 17 anos.
P.S e M.S. vão continuar morando na mesma casa onde residiam com a mãe. Ambos afirmam que sabem cozinhar e que para pagar as despesas de casa vão vender salgados ou fazer reciclagem de lixo.
De acordo com a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Keila de Albuquerque Lopes o caso dos menores, será encaminhado para o Conselho Tutelar da zona Oeste que, em seguida, encaminha para o Centro de Referência de Assistência Social.
Ambos terão atendimento psicológico e todo o suporte necessário para superar o trauma da perda da mãe. “O que for necessário fazer para ajudar os adolescentes será feito”.
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