São Paulo (AE) - Um dia depois de ter provocado a reação dos petistas com o artigo publicado domingo (7) no jornal “O Estado de S.Paulo”, com críticas à estratégia que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está adotando para as eleições deste ano, Fernando Henrique Cardoso voltou ao ataque, colocando em xeque a capacidade de liderança da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à sucessão presidencial. “Ela não é líder. É reflexo de um líder (o presidente Lula)”, disse ele, antes de participar da inauguração da Biblioteca de São Paulo, espaço que foi entregue na tarde de ontem pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Indagado, contudo, se considerava Lula um líder, FHC riu e respondeu: “Claro que sim, eu não sou bobo.”
J.F Diório / AEFernando Henrique destaca experiência de Serra no ministério e no governo de SP
Fernando Henrique fez também questão de comparar o currículo de Serra, pré-candidato tucano à sucessão presidencial deste ano, com o de Dilma Rousseff. “A Dilma ainda não teve possibilidade de mostrar liderança. Serra inspira confiança e tem liderança, já demonstrada no Ministério da Saúde, na Prefeitura de São Paulo e no governo do Estado.” Apesar da clara defesa de Serra, o ex-presidente afirmou que o governador paulista deve manter a discrição sobre sua provável candidatura ao Palácio do Planalto. Questionado se Serra deveria mudar de atitude e falar sobre o pleito deste ano, FHC respondeu: “O PSDB tem de se posicionar. Tem candidato. (Mas) O governador tem de esperar um pouco mais.” O tucano esquivou-se, também, de definir uma data para o anúncio da eventual candidatura Serra.
O ex-presidente tucano foi evasivo também ao falar sobre o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). O mineiro postulava a vaga de candidato do PSDB nessas eleições presidenciais, mas desistiu da empreitada em dezembro. “Aécio está se dedicando a Minas Gerais. Seria deselegante dizer o que ele tem de fazer.”
Fernando Henrique voltou a reiterar pontos do artigo publicado ontem no “Estado”. E disse que o governo Lula não promoveu mudanças com relação à sua administração. “Todos achavam que Lula mudaria tudo. Não mudou, seguiu adiante no que eu tinha feito. Eu achei bom”, ironizou. E continuou: “Eleição é futuro. Se o (PT) quiser, a gente compara, desde que seja dentro de um contexto, não há o que temer.”
No artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo, Fernando Henrique afirmou que o presidente Lula, levado por “momentos de euforia”, está inventando inimigos e enunciando inverdades. FHC lamentou que o presidente tenha se deixando contaminar por “impulsos tão toscos” e mostrou disposição para entrar no embate das realizações de cada governo, polarização defendida por Lula. “Se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa”, afirmou FHC. O ex-presidente argumentou em seu artigo que o governo ignora dados e insiste em contar sua versão dos fatos para tentar “desconstruir o inimigo principal”, os tucanos.
Ministra reage às críticas de FHC e insiste na comparação
Brasília (AE) - O governo saiu em bloco para responder às críticas feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à estratégia adotada pelo Palácio do Planalto para tentar vencer as eleições de outubro. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata à corrida presidencial, reconheceu que o governo tucano deu contribuições ao País, mas mostrou que não deixará de fazer comparações entre o que foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu antecessor. “Não estou desmerecendo ninguém, estou dizendo que nosso caminho é melhor”, disse a ministra.
Para Dilma, o que o governo defende é uma comparação para a escolha de caminhos. “Essa é a forma de nós confrontarmos as possibilidades”, disse a ministra. Dilma “Comparar não é ficar olhando pelo retrovisor. Comparar é discutir que caminho vou seguir”, disse.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também defendeu a política de comparações e disse que o PT está disposto a debater com os tucanos suas propostas para o futuro, desde que essas ações sejam apresentadas. “Assim que mostrarem aquilo que querem fazer, nós vamos comparar com aquilo que queremos fazer daqui para frente”, disse.Para Dilma, a postura do governo Lula mudou o papel do Estado, permitindo o enfrentamento da mais recente crise financeira internacional. “Na hora que a coisa ficou preta, quando acabou o crédito internacional e nenhum banco privado emprestava, foram os nossos bancos públicos que seguraram”, comentou. “Não vamos comparar que desta vez o governo brasileiro foi parte da solução?”, questionou.
Serra evita embate direto com o governo
São Paulo (AE) - Em meio ao embate entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e a pré-candidata do PT à Presidência, ministra Dilma Rousseff, o possível presidenciável tucano, governador José Serra, calou-se. Questionado ontem sobre o artigo de FHC publicado no jornal “O Estado de S. Paulo” - e as reações acaloradas que o texto provocou entre petistas -, Serra manteve o silêncio, sua estratégia desde que passou a ser cotado a candidato à Presidência. Virou as costas para os repórteres e encerrou a entrevista coletiva. “Eu não vou falar sobre isso”, acrescentou pouco depois, diante da insistência dos jornalistas, enquanto visitava a recém-inaugurada Biblioteca de São Paulo, no Carandiru, zona norte da capital paulista.
Restou ao próprio Fernando Henrique seguir no papel de porta-voz do discurso tucano. O ex-presidente, que não participava de eventos do governo do Estado há cinco meses, foi à inauguração da biblioteca estadual e deu o recado. “Precisamos de gente competente, que não roube e que inspire confiança. Ela (Dilma) não é líder. É reflexo de um líder. Serra, está provado, tem competência, é um líder e inspira confiança. A outra, para mim, ainda não”, disse antes da cerimônia. “Se (o PT) quiser comparar, a gente compara, desde que seja no contexto. Não há o que temer.” O ex-presidente apoiou até o silêncio de Serra. “O PSDB é que tem de se posicionar. O governador tem de esperar um pouco”
FHC chegou no horário marcado para início da cerimônia, concedeu entrevista de 8 minutos e circulou entre o secretariado de Serra e parlamentares tucanos. Foi embora antes da chegada do governador, com 1h15 de atraso, e, portanto, antes da inauguração do espaço. A última vez que o ex-presidente compareceu a um evento de Serra foi na inauguração do Espaço Minas Gerais, na capital paulista, em que o paulista e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), tentaram mostrar convergência em meio a uma disputa nos bastidores pela indicação do partido para disputar a Presidência da República.
A aparição de Fernando Henrique ocorre uma semana depois de uma pesquisa de intenção de voto ter mostrado crescimento de Dilma. De acordo com levantamento da CNT/Sensus, a diferença entre Serra e a petista caiu de 10,1 pontos porcentuais em novembro para 5,4 pontos em janeiro. Os petistas prometem, para atingir Serra, criticar o governo FHC (1995-2002) durante a campanha eleitoral deste ano.
O ex-presidente tucano foi evasivo também ao falar sobre o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). O mineiro postulava a vaga de candidato do PSDB nessas eleições presidenciais, mas desistiu da empreitada em dezembro. “Aécio está se dedicando a Minas Gerais. Seria deselegante dizer o que ele tem de fazer.”
Fernando Henrique voltou a reiterar pontos do artigo publicado ontem no “Estado”. E disse que o governo Lula não promoveu mudanças com relação à sua administração. “Todos achavam que Lula mudaria tudo. Não mudou, seguiu adiante no que eu tinha feito. Eu achei bom”, ironizou. E continuou: “Eleição é futuro. Se o (PT) quiser, a gente compara, desde que seja dentro de um contexto, não há o que temer.”
No artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo, Fernando Henrique afirmou que o presidente Lula, levado por “momentos de euforia”, está inventando inimigos e enunciando inverdades. FHC lamentou que o presidente tenha se deixando contaminar por “impulsos tão toscos” e mostrou disposição para entrar no embate das realizações de cada governo, polarização defendida por Lula. “Se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa”, afirmou FHC. O ex-presidente argumentou em seu artigo que o governo ignora dados e insiste em contar sua versão dos fatos para tentar “desconstruir o inimigo principal”, os tucanos.
Ministra reage às críticas de FHC e insiste na comparação
Brasília (AE) - O governo saiu em bloco para responder às críticas feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à estratégia adotada pelo Palácio do Planalto para tentar vencer as eleições de outubro. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata à corrida presidencial, reconheceu que o governo tucano deu contribuições ao País, mas mostrou que não deixará de fazer comparações entre o que foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu antecessor. “Não estou desmerecendo ninguém, estou dizendo que nosso caminho é melhor”, disse a ministra.
Para Dilma, o que o governo defende é uma comparação para a escolha de caminhos. “Essa é a forma de nós confrontarmos as possibilidades”, disse a ministra. Dilma “Comparar não é ficar olhando pelo retrovisor. Comparar é discutir que caminho vou seguir”, disse.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também defendeu a política de comparações e disse que o PT está disposto a debater com os tucanos suas propostas para o futuro, desde que essas ações sejam apresentadas. “Assim que mostrarem aquilo que querem fazer, nós vamos comparar com aquilo que queremos fazer daqui para frente”, disse.Para Dilma, a postura do governo Lula mudou o papel do Estado, permitindo o enfrentamento da mais recente crise financeira internacional. “Na hora que a coisa ficou preta, quando acabou o crédito internacional e nenhum banco privado emprestava, foram os nossos bancos públicos que seguraram”, comentou. “Não vamos comparar que desta vez o governo brasileiro foi parte da solução?”, questionou.
Serra evita embate direto com o governo
São Paulo (AE) - Em meio ao embate entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e a pré-candidata do PT à Presidência, ministra Dilma Rousseff, o possível presidenciável tucano, governador José Serra, calou-se. Questionado ontem sobre o artigo de FHC publicado no jornal “O Estado de S. Paulo” - e as reações acaloradas que o texto provocou entre petistas -, Serra manteve o silêncio, sua estratégia desde que passou a ser cotado a candidato à Presidência. Virou as costas para os repórteres e encerrou a entrevista coletiva. “Eu não vou falar sobre isso”, acrescentou pouco depois, diante da insistência dos jornalistas, enquanto visitava a recém-inaugurada Biblioteca de São Paulo, no Carandiru, zona norte da capital paulista.
Restou ao próprio Fernando Henrique seguir no papel de porta-voz do discurso tucano. O ex-presidente, que não participava de eventos do governo do Estado há cinco meses, foi à inauguração da biblioteca estadual e deu o recado. “Precisamos de gente competente, que não roube e que inspire confiança. Ela (Dilma) não é líder. É reflexo de um líder. Serra, está provado, tem competência, é um líder e inspira confiança. A outra, para mim, ainda não”, disse antes da cerimônia. “Se (o PT) quiser comparar, a gente compara, desde que seja no contexto. Não há o que temer.” O ex-presidente apoiou até o silêncio de Serra. “O PSDB é que tem de se posicionar. O governador tem de esperar um pouco”
FHC chegou no horário marcado para início da cerimônia, concedeu entrevista de 8 minutos e circulou entre o secretariado de Serra e parlamentares tucanos. Foi embora antes da chegada do governador, com 1h15 de atraso, e, portanto, antes da inauguração do espaço. A última vez que o ex-presidente compareceu a um evento de Serra foi na inauguração do Espaço Minas Gerais, na capital paulista, em que o paulista e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), tentaram mostrar convergência em meio a uma disputa nos bastidores pela indicação do partido para disputar a Presidência da República.
A aparição de Fernando Henrique ocorre uma semana depois de uma pesquisa de intenção de voto ter mostrado crescimento de Dilma. De acordo com levantamento da CNT/Sensus, a diferença entre Serra e a petista caiu de 10,1 pontos porcentuais em novembro para 5,4 pontos em janeiro. Os petistas prometem, para atingir Serra, criticar o governo FHC (1995-2002) durante a campanha eleitoral deste ano.
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