Após ler um livro, tomar um chá relaxante, virar diversas vezes na cama e, mesmo assim, não conseguir dormir, começa a angústia de quem já sabe que passará a noite acordado. No dia seguinte, a consequência é a união de cansaço e fadiga a uma rotina que não rende como poderia.
A nutricionista Joilma Bezerra sabe bem como é inventar, diariamente, inúmeros rituais, pra conseguir dormir. Porém, todos em vão. Mesmo depois de um dia intenso de trabalho, ela não consegue o descanso desejado, porque o sono só chega depois das três horas da madrugada.
Joilma também conta que a dificuldade para dormir ainda aumenta em épocas de estresse e no período pré-menstrual. “Quando o sono chega, já é quase a hora de levantar e meu rendimento é praticamente zero pela manhã. Quando passo por alguma situação de tensão, chego a ficar noites seguidas sem dormir”, comenta.
Segundo o médico, especialista em medicina do sono, Pedro Guilherme Cavalcanti, o problema enfrentado pela nutricionista é comum e mais frequente entre as mulheres. Fato perceptível nos próprios consultórios da especialidade, onde elas são maioria.
Dr. Pedro Guilherme também explica que existem vários tipos de insônia. A mais conhecida, em que o paciente tem dificuldade para pegar sono. E outros tipos, como o em que pessoa acorda muito cedo, mesmo sem ter descansado o tempo necessário, e em que o paciente acorda várias vezes, durante a noite.
Causas, diagnóstico e tratamento
As explicações para o problema estão em questões biológicas e sociais, típicas da rotina feminina. “As mulheres tem mais alterações hormonais, o que influi no estado emocional. Outro ponto é o fato de ter que se desdobrar entre as tarefas profissionais e as de dentro de casa”, destaca o especialista.
Para descobrir com precisão as causas do incômodo, outros fatores, como até mesmo situações inadequadas no local de descanso, são levados em consideração. Ambientes barulhentos e muito iluminados não facilitam a chegada do sono.
“Uma alimentação leve antes de deitar e a manutenção de uma boa saúde respiratória também são importantes para noites tranquilas”, acrescenta o médico.
O principal exame utilizado para o diagnóstico dos diversos distúrbios do sono, é a polissonografia computadorizada. Nela, o paciente é monitorado, através de câmeras e eletrodos conectados ao corpo, durante toda a noite. No exame, são observadas questões, como atividades cerebrais, respiratórias e cardíacas, além da movimentação do paciente na cama.
Sobre os avanços no tratamento da insônia, o especialista afirma que, cada vez mais, a medicina tem evitado o uso de medicamentos controlados.
“ Existe um cuidado maior em evitar que o paciente fique condicionado e tenha o medicamento, como única saída. Quando utilizados, eles são destinados somente à indução do sono, e por um curto período de terapia. Hoje, o foco está muito mais em mudanças no estilo de vida”, coloca.
Dicas para dormir bem:
- Tenha um horário regular para dormir e para despertar. Esse hábito saudável condiciona o organismo a funcionar feito um relógio;
- Fuja das refeições pesadas, pois o organismo pode interpretar o aporte calórico maior como um convite para a realização de atividades;
- Depois do jantar, dedique-se a atividades relaxantes, ouça uma música suave e reduza a quantidade de luz na casa;
- Evite fazer exercícios à noite. Isso causa uma descarga forte de adrenalina. O corpo e a mente não relaxam;
- Beba um copo de leite morno, que relaxa e induz ao sono. Chás de camomila, passiflora, melissa ou capim-limão têm o mesmo efeito;
- Deixe o quarto confortável para o sono: escuro, com temperatura agradável. Evite ligar a TV e outros aparelhos eletrônicos;
- É uma fria tomar bebidas alcoólicas antes de deitar. O sono pode até vir rápido, mas será fragmentado e você acordará cansada;
- Reduza o consumo de cafeína quatro horas antes de dormir;
- Deixe um copo de água no criado-mudo. Assim, você não precisará se levantar caso sinta sede durante a noite;
- Vá para a cama apenas na hora de dormir.
Assessoria de Imprensa Clínica Pedro Cavalcanti
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