Despertar a sociedade Caicoense para um novo rumo
A
luta do movimento social em Caicó não deve ter a ilusão de que uma
simples eleição para prefeito vai resolver os problemas e atender às
reivindicações da maioria da população. Se quisermos mudanças profundas
teremos que lutar e resistir de forma articulada envolvendo todos os
segmentos sociais tanto da cidade quanto do campo, assumindo para nos a
tarefa das transformações. Despertar esse sentimento, portanto, deve ser
o caminho dos/as lutadores/as sociais de Caicó. Essa é a grande tarefa.
Apesar
desta compreensão entendo também que o movimento social de Caicó deve
ter a consciência política da disputa eleitoral que teremos em 2012.
Tratava-se de duas forças conhecidíssima nossa, que há 40 anos polarizam
as eleições e mantém seus interesses particulares e familiares
intocáveis e, mais uma vitória de uma ou outra força desta, representará
a manutenção do atraso e a continuidade do retrocesso político para o
povo de Caicó. Portanto, o movimento social deve ter consciência no
sentido de apoiar de forma independentemente, sem qualquer negociação
prévia e mantendo plena autonomia, um projeto fora das forças
tradicionais que signifique a conquista e garantia de direitos sociais e
avanços concretos na democratização, transparência e ética na coisa
pública
Sabemos
que as forças conservadoras de Caicó se juntam e se separam, se acusam e
se auto elogiam, a depender do momento político e dos interesses em
jogo, desde que não percam as mamatas do poder. Não podemos acreditar em
políticos papais-noéis, candidatos ferrados e aprisionados pelas velhas
raposas que não passam de marionetes provisórias e escadas para a
manutenção ou retomadas dos velhos e malandros esquemas de usufrutos da
máquina pública.
Nossa
tarefa nesta conjuntura política é continuar se mobilizando, lutando e
resistindo ao projeto das forças conservadores e retrógadas de Caicó.
Mudanças nesta cidade serão frutos de processos de muitas mobilizações
nos quais só o povo organizado pode assumir a tarefa de fazê-lo. Não
virá de cima para baixo. E se vier, como sempre aconteceu na nossa
história caicoense, não servirá à maioria do povo trabalhador de nossa
terra.
Entendo
que os movimentos sociais em Caicó têm que trabalhar na dimensão de
politizar nossa atuação. Não se pode separar a luta reivindicatória da
luta política. Precisamos lutar por um projeto político pra Caicó que
sirva à maioria do povo pobre e trabalhador desta cidade. O movimento
social precisa entender e ter a clareza da necessidade de fazer alianças
com diversos movimentos libertários da cidade e do campo, para
enfrentar a lógica da exclusão social. A superação dessa lógica
pressupõe a derrota do sistema representado pelas velhas forças
políticas de Caicó. Portanto, as alianças devem ser costuradas com o
povo trabalhador, entidades organizadas da sociedade civil, igrejas,
personalidades e partidos historicamente compromissados com as causas do
povo humilhado, machucado, negado e oprimido e não com as elites
Caicoense, revestidas falsamente de povo.
Chegou a hora de derrotar estas ”Operações Navalha” contra o povo de Caicó, evitando-se estas falsas "brigas de foice no escuro",
que "entre mortos e feridos, salvam-se todos", menos o povo. Porém,
para trocar um projeto eleitoreiro, por um projeto de vida para
Caicó, só será possível com participação popular e unidade na luta. Já é
hora daqueles que não participam desse baile sujo das elites promoverem
as mudanças. Vamos a luta! A edificação deste projeto sonho não será
obra de um iluminado, salvador da pátria, mas das mentes e corações dos
homens e mulheres libertários/as de Caicó, do campo e da cidade.
Por uma Caicó livre, soberana e a serviço da justiça, igualdade e sustentabilidade ambiental.
Engº. Agrº. José Procópio de Lucena- Militante Ecossocial e Lutador Ecossocialista
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