sexta-feira, 27 de maio de 2011

Dilma cede a lobby de deputados evangélicos e troca kit Anti-Homofobia do MEC por apoio a Palocci

Em troca de apoio dos deputados evangélicos a Palocci, DIlma supende kit anti homofobia do MEC
Depois da pressão que a Frente Evangélica Parlamentar, liderada pelo deputado Anthony Garotinho, provocou, Dilma Roussef decidiu vetar o projeto “Escola sem Homofobia”, criado pelo MEC para conscientizar alunos das escolas públicas de 14 a 18 anos sobre o respeito à diversidade sexual no ambiente escolar. Os deputados da Frente Evangélica argumentam que o Kit composto de vídeos e cartilhas incentivava a homossexualidade. Material semelhante sobre sexo seguro para jovens gays que estava sendo analisado pelo Ministério da Saúde também foi vetado. Um outro projeto que visava a cidadania de gays, lésbicas e trans do Ministério da Cultura também foi suspenso.

O governo admite que a suspensão do material foi provocada pela pressão da bancada religiosa. "Na verdade o governo recebeu hoje a bancada evangélica e católica que vieram contestar os materiais atribuídos aos ministérios da Educação, da Cultura e da Saúde. O governo informou aos deputados que estão suspensas todas as produções de materiais que falem dessas questões, sobretudo dessa questão comportamental", informou Gilberto Carvalho.

"A posição do governo é clara. Estão suspensas a edição e a distribuição desse material. E qualquer material daqui para frente passará por um crivo de um debate mais amplo da sociedade", enfatizou o ministro.

A Frente Evangélica chegou a ameaçar no Plenário da Câmara que seus 70 deputados não votariam mais nenhuma pauta da Casa enquanto o Kit do MEC não fosse vetado.

"O governo entendeu que seria prudente não editar esse material que está sendo preparado no MEC. A presidente decidiu, portanto, a suspensão desse material, assim como de um vídeo que foi produzido por uma ONG - não foi produzido pelo MEC - a partir de uma emenda parlamentar enviada ao MEC", disse o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho após reunião com as bancadas evangélica, católica e da família. "O governo se comprometeu daqui para frente que todo material que versará sobre costumes será feito a partir de consultas mais amplas à sociedade", afirmou o ministro.

A Frente Parlamentar Evangélica se deu por satisfeita e retirou todas as ameaças que fez ao Governo caso o material não fosse vetado. E isso inclui a retirada dos 70 parlamentares da Frente que estavam apoiando a convocação do ministro Palocci para dar explicações no Congresso sobre seu enriquecimento exponencial. Isso significa que os deputados da Frente Evangélica vão votar contra a convocação do ministro Palocci. Dilma trocou um projeto de educação para combater a homofobia por proteção a seu ministro.

“Ele [Gilberto Carvalho] disse que tem a palavra da presidente da República de que nada do que está no material é de consentimento dela. Mas nós acordamos que ele falará. E nós suspendemos a obstrução e todas as nossas medidas”, afirmou Garotinho.

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