quarta-feira, 8 de julho de 2009

PSDB Comemora 15 Anos do Plano Real



Brasília (AE) - Entre reconhecimentos mútuos de trabalho em prol da estabilidade econômica, PT e PSDB travaram ontem no Senado um pequeno embate sobre o direito de uso do Plano Real como bandeira política. Durante solenidade em comemoração aos 15 anos do programa, tucanos fizeram questão de frisar que a atual solidez da economia é fruto da decisão do partido em tocar o projeto que mudou a estrutura econômica do País. Os petistas, por sua vez, ressaltaram que foi no governo Lula que as medidas de austeridade foram aprofundadas.O líder do PT na Casa, senador Aloizio Mercadante (SP), defendeu que as lideranças do PSDB, do DEM e de outros partidos que formaram a base do governo Fernando Henrique Cardoso não podem reconhecer apenas a “primeira parte” da história do Real, renegando o que foi realizado ao longo da administração Luiz Inácio Lula da Silva. “Nós tivemos nesses seis anos e meio um papel decisivo em manter a estabilidade”, disse.O senador Arthur Virgílio, líder do PSDB, classificou como “impecável” o primeiro mandato do presidente Lula, considerando as políticas fiscal e de juros, e celebrou a decisão do presidente de ter “renegado” suas posições econômicas históricas durante a campanha ao Palácio do Planalto em 2002. “Ele renegou tudo que falava a respeito de economia e essa foi a incoerência que mais fortemente aplaudi ao longo da minha vida”, disse.O tucano, entretanto, afirmou que o governo “relaxou um pouco a guarda” no plano fiscal agora, diante da insistência do Planalto de promover reajustes salariais de uma série de categorias do funcionalismo público, aumentando as despesas durante um período de retração da receita, fruto da crise financeira mundial. “Há tempo para corrigir rumos, é só se pensar mais no País e menos nos eventos que são relevantes para a democracia como eleições e hospitais”, disse.Injustiças Fernando Henrique Cardoso também reconheceu os méritos do governo Lula na condução da política econômica e disse que seria “injusto” dizer que seu sucessor estaria apenas “surfando na onda” do Real. “Até agora ele não disse uma palavra de reconhecimento dos benefícios do Real e que o meu governo trouxeram ao Brasil, mas ele também fez a parte dele, eu não vou fazer como o PT fez comigo”, afirmou.Mercadante defendeu um maior diálogo entre Lula e FHC, ao ponderar que a credibilidade internacional que o País desfruta atualmente é fruto do trabalho dos dois presidentes. Fernando Henrique demonstrou que a disposição existe, mas o gesto deve partir de Lula. “Quem pode dizer ‘vamos juntos’ não sou eu, eu estou por baixo, é quem está por cima”, disse o ex-presidente. “Eu sempre que estive por cima tentei, não consegui”, finalizou.




Fonte: Tribuna do Norte

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