quarta-feira, 31 de agosto de 2011

'Eleitores absolvem pelo voto os que têm ficha suja', diz Alexandre Garcia

Prevaleceu o chamado espírito de corpo. Ao todo, 265 deputados tinham no espírito a seguinte lembrança: “Jaqueline, eu posso ser você amanhã. Então, podem descobrir alguma coisa do meu passado, quando eu não tinha mandato de deputado federal, e pedir a cassação”.
Foi uma recusa enfática: os 265 que negaram são muito mais que os 257 que precisariam aprovar o pedido de cassação. A tese de que o passado não importa ganhou longe dos minguados 166 votos a favor do espírito da lei da ficha limpa: “O passado importa, sim. Quem tiver malfeitorias no passado não pode ter mandato”.
Na verdade, neste Brasil real, o que temos visto é que os eleitores absolvem pelo voto os que têm ficha suja. Como se sabe, em democracia o que vale é a vontade do povo. Na teoria, o contingente que votou a favor de Jaqueline Roriz representa milhões de eleitores que agora se manifestam, de forma indireta, que não se importam com o vídeo do dinheiro clandestino.
A própria deputada confirmou que recebeu e usou na campanha para ter o mandato, que na terça-feira (30) foi confirmado. O problema é que, no voto secreto, o eleitor não fica sabendo se seu representante realmente o representou.
 
Fonte: G1

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