Prevaleceu o chamado espírito de corpo. Ao todo, 265 deputados tinham
no espírito a seguinte lembrança: “Jaqueline, eu posso ser você amanhã.
Então, podem descobrir alguma coisa do meu passado, quando eu não tinha
mandato de deputado federal, e pedir a cassação”.
Foi uma recusa enfática: os 265 que negaram são muito mais que os 257
que precisariam aprovar o pedido de cassação. A tese de que o passado
não importa ganhou longe dos minguados 166 votos a favor do espírito da
lei da ficha limpa: “O passado importa, sim. Quem tiver malfeitorias no
passado não pode ter mandato”.
Na verdade, neste Brasil real, o que temos visto é que os eleitores
absolvem pelo voto os que têm ficha suja. Como se sabe, em democracia o
que vale é a vontade do povo. Na teoria, o contingente que votou a favor
de Jaqueline Roriz representa milhões de eleitores que agora se
manifestam, de forma indireta, que não se importam com o vídeo do
dinheiro clandestino.
A própria deputada confirmou que recebeu e usou na campanha para ter o
mandato, que na terça-feira (30) foi confirmado. O problema é que, no
voto secreto, o eleitor não fica sabendo se seu representante realmente o
representou.
Fonte: G1
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