Os chamados “atos secretos”, denunciados pela imprensa nacional como sendo realizados corriqueiramente pelos senadores, desde 1985, não eram de exclusividade dos presidentes da Casa, tendo sido, em muitas ocasiões, assinados pelo então diretor-geral, Agaciel Maia. A informação é do senador Garibaldi Filho (PMDB). “Foram 42 atos assinados por mim. A grande maioria (os 54 restantes) foram através da Mesa, pelo diretor-geral, e outros diretores do meu período de presidente. Eu não respondo por esses outros atos porque são da rotina administrativa deles. Esses não necessitavam do meu conhecimento e minha assinatura”, assinalou.O senador admitiu que tais documentos não tiveram divulgação na época e que só foram publicados posteriormente, a exemplo dos mais de 600 trazidos à tona pela imprensa. “É muito estranho e na verdade os senadores têm razão porque há exemplo de atos que não poderiam ser secretos. Por exemplo, concurso público. Ora, concurso público é concurso público. E estes estavam no meio dos 42. Como é que os aprovados seriam nomeados sem publicação?”, destaca.Ele frisou também que os atos que assinou em nada prejudicam a imagem do Senado e de seu mandato, vez que não apresentam sinais de nepotismo, benefício próprio ou qualquer irregularidade substancialmente prejudicial ao erário. De acordo com Garibaldi, em sua maioria, os processos referem-se a criação de Comissões Especiais e Permanentes, designação de servidores para as referidas Comissões, criação de créditos suplementares e complementares, além da homologação de um concurso público e nomeação dos aprovados no certame. Ele chegou a ler a lista dos atos. O peemedebista observa, ainda, que embora não tenha intenção de criar qualquer polêmica com o conterrâneo Agaciel Maia, tudo leva a crer que os atos contestados partiram mesmo da diretoria-geral do Senado. “Mas eu não vou acusar ninguém e ainda mais sem provas. Eu não vou participar desse tipo de acusação frontal contra Agaciel, mas que realmente ele está no centro dos acontecimentos, está”.Garibaldi disse lamentar as recentes denúncia que denegriram a imagem do Senado, mas observou que grande parte das acusações não foi, até agora, comprovada. “Se tivesse em um ato desse envolvendo um favorecimento meu aí eu estava com a cabeça baixa e teria que reconhecer que houve isso, mas não, pelo contrário. O meu sobrinho (Carlos Emerenciano), quando da aplicação da súmula contra o nepotismo, foi o primeiro a deixar o cargo comissionado que ele tinha”, frisou o senador, salientando não temer que o escândalo dos atos secretos prejudiquem sua candidatura à reeleição. “Se eu estivesse com meu nome lameado, tivesse nomeando parentes, se eu tivesse patrocinando licitação de uma forma ilícita, aí sim, mas por causa desses factoides eu não acredito que tenha nenhum prejuízo”, finalizou.
Fonte: Tribuna do Norte
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